quarta-feira, 24 de junho de 2015




Qualquer toque me deixa todo doce.
É como se eu fosse todo derretido,
tido consistência mole, fluido e mexendo,
crendo que presença possa me satisfazer.
Perceber uma mão sobre a minha.
Amizade feminina,
menina que ri satisfeita com a amizade;
qualidade de mim saída vermelha de intensa,
pretensa por galanteios fraternos.
Fraternos mesmo!
Mesmo macho e fêmea.

Quando pequeno o feminino me cercava.
Por fora ele me ensinava a ser homem.
Por dentro que nem andrógeno,
Por causa do aconchego delas.
Me revesti com a sensibilidade delas.
Elas me ensinaram a ser homem:
sensível,
interno,
materno,
estranho,
terno,
eu quero...
tê-las ao meu lado
pra não sentir o fardo
da macheza chata, pesada,
que não deixa ver o belo da fêmea:
pés 33,
cabelos soltos,
sobrancelhas,
som de riso e tristeza,
mãos miúdas,
lábios,
manias, manhas não!

Feminina de amizade me encher,
porque é mais aconchegante
ante a dureza do mundo.





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